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quarta-feira, 29 de maio de 2013

O NINHO

O NINHO 
                  Numa tarde, Henrique apareceu correndo afobadamente e gritando: 
                  -Mamãe! mamãe!... olha o que está aqui no meu chapéu!... 
                  A mãe, vendo o pobre passarinho que o filho estava quase matando com a mão, perguntou: 
                   - Onde você achou? é um pintassilgo! 
                   - É isso mesmo, um pintassilgo! Eu o achei hoje cedo num arbusto do jardim. Esperei que começasse a escurecer; fui indo devagarinho, bem devagarinho e - zás!... - peguei-o pelas asas, na horinha que ele ia fugir. 
                   - Ele estava só no ninho? perguntou-lhe a mãe. 
                   - Não mamãe. Estava com seus filhotinhos. Eles são tão pequenininhos, tão "pelados", que não podem fugir. 
                      -  Que vai fazer com esse pintassilgo? 
                      - Vou prendê-lo numa gaiola, para ficar dentro de casa. 
                      - E que vai acontecer aos pobres filhotinhos? 
                      - Nada mamãe! Eu darei comida a todos eles, darei água... Daqui a pouco vou buscar os três. São só três, mamãe!... 
                      Henrique ia sair correndo, mas a mãe segurou-o pelo braço, para dizer-lhe com doçura: 
                      - Tenho medo de que você não tenha tempo para isso....
                      - Dá tempo sim, mamãe!  Sabe onde é o pezinho de tangerinas, ali no canto do muro? Pois é ali que eles estão. Volto já correndo. 
                      - Não digo isso por causa da distância. Sei que é ali perto. Estou dizendo isso porque agora mesmo uns guardas estão vindo para prender você. Eles já devem estar no jardim...
                      - Guardas?! perguntou Henrique espantado. Para me prender?!... 
                      - Verdade, meu filho! confirmou a mãe, muito séria. Já prenderam seu pai e agora estão chegando para levar você...
                      - Meu Deus! Que será de nós? 
                      - Nada, Henrique. Você e seu pai ficarão presos numa casa e de lá não poderão sair. 
                      - Que guardas malvados! 
                      - Não se assuste nem se zangue, meu filho. Vocês terão tudo o que precisarem; menos a liberdade e a alegria de me ver todos os dias... Por que está chorando, Henrique? Acha que é muito ruim ficar preso? 
                       Henrique, a soluçar, não podia responder. Sua mãe, colocando-o no colo e agradando-o muito, continuou: 
                       - Sossegue meu filho! Eu quis apenas enganá-lo. Por que acha  malvados os guardas? Então você também é malvado por prender  o pintassilgo, seus filhotes e conservá-los separados. Não acha?


                      - É mesmo! É verdade! Pois vou soltá-lo já!...
                      Livre o pintassilgo pipilou alegremente, voando para o arbusto à procura do ninho, onde os filhotes  esperavam-no aflitos, piando de frio e de pavor....
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MORAL DA HISTÓRIA
 A liberdade é o bem mais precioso que Deus nos deu. Quando prendemos um passarinho ou outro animal, não o fazemos por amor, mas sim por egoísmo e para o nosso prazer. Amar os animais é deixá-los livres para viver na natureza como Deus os fez. "O verdadeiro amor não aprisiona, mas liberta". 
Nicéas Romeo Zanchett 
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